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As Bruxas da Noite da 2a Guerra Mundial

Foto do escritor: Amanda DumontAmanda Dumont

Aviadoras da União Soviética aterrorizaram tropas alemãs em ataques noturnos furtivos


"Bruxas da noite" foi o termo cunhado pelos alemães para designar as mulheres aviadoras do 588º Regimento de Bombardeio Aéreo Noturno da URSS. Elas sempre atacavam os nazistas durante a noite e com os motores desligados, com o intuito de não chamarem a atenção e conseguiram atacar e matar diversos nazistas.


A função do 588º regimento era o de espalhar o pânico nas tropas alemãs, bombardeando suas linhas de defesa avançadas dentro da URSS, causando pânico e impossibilitando o descanso das tropas com bombas de assédio.

Aviadoras da antiga União Soviética

O bombardeio de assédio é uma tática psicológica, na qual, de modo imprevisto mas constante, fustiga-se o inimigo com bombas de baixa potência, imprimindo às tropas assediadas elevado estresse, abaixando o moral e minando sua aptidão para a luta.


As Bruxas da Noite realizaram mais de 23 mil vôos noturnos em 1100 noites de intensos ataques. No auge de seu funcionamento, possuía 40 equipes formadas por duas mulheres cada. O 588º Regimento utilizava os biplanos Polikarpov Po-2, considerados precários até para a época. Feita de madeira e lona, a aeronave, que tinha lugar para duas pessoas, cumpria originalmente voos agrícolas e de treinamento.

Biplano Polikarpov Po-2 utilizado pelas Bruxas da Noite

Atualmente quase não são lembradas, graças ao machismo da antiga União Soviética que apagou o espaço delas na história.


Contexto


Durante a segunda guerra, cada nação definia de forma diferente as funções desempenhadas pelas mulheres. A URSS, mais do que qualquer outro Estado, engrossou as fileiras de suas forças armadas com mais de 800 mil mulheres em seu tremendo esforço de guerra para deter o avanço nazista.

Aviadoras da antiga União Soviética, as Bruxas da Noite

A União Soviética também se destacou por não restringir o espaço das mulheres às enfermarias e aos serviços burocráticos e industriais, chegando a criar unidades integralmente formadas por mulheres e empregando mais de 300 mil diretamente no campo de batalha.


Mesmo com tamanha dedicação ofertada em prol da sobrevivência do estado soviético, o intransigente conservadorismoe preconceito, sobretudo de gênero, permeava a sociedade soviética e prevaleceu, encerrando prematuramente a carreira das aviadoras.

Aviadoras da antiga União Soviética

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as Bruxas da Noite, igualmente como tantas outras mulheres, foram sumariamente desligadas das forças armadas, entrando a maioria no esquecimento e até desprezo.


As aviadoras também tiveram dificuldade em publicar suas memórias de guerra devido à forte censura do estadoliderado por Stalin, que retirava qualquer passagem tida como inapropriada à URSS.

*Com informações de Incrível História


Da vida real para a literatura


Ritanna Armeni, jornalista italiana, foi até a Rússia conversar com a última Bruxa viva, Irina Rakobolskaja, e realizou diversas entrevistas com ela que culminaram no livro Bruxas da Noite: A História não Contada do Regimento Aéreo Feminino Russo Durante a Segunda Guerra Mundial.


Segundo Irina Rakobolskaja, apesar de sentirem frio e medo, a coragem e o amor pela Rússia eram maiores. O apelido de Bruxas da Noite lhes foi atribuído pelos alemães, pois se sentiam ameaçados por essas mulheres. Elas sempre atacavam os nazistas durante a noite e com os motores desligados, com o intuito de não chamarem a atenção.



No entanto, o declínio dessas profissionais e seus sumiços na História se deve ao machismo da sociedade. “Vocês são as mulheres mais bonitas do mundo — diz certo dia o comandante Vershinin a Irina —, e o fato de os alemães as chamarem de bruxas da noite as torna ainda mais preciosas”, relato de Irina Rakobolskaja.






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