Apesar de ser um período sombrio na história, a guerra inspirou diversas produções culturais
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo organizadas em duas alianças militares opostas: os Aliados e o Eixo.
Com a derrota do Eixo em 1945 e a destruição da Europa em níveis catastróficos, os sobreviventes lutaram para refazer suas vidas e encontrar sentido em meio toda a dor.
77 anos depois o período da guerra ainda fascina e inspira o imaginário de muitos autores, sendo um tema recorrente em livros históricos ou de ficção. Se você também se interessa pelo tema, confira nossa seleção de livros.
Livros de ficção
Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.
Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.
O buraco da agulha: O ano é 1944. Os Aliados estão se preparando para desembarcar na Normandia e libertar os territórios ocupados por Hitler, na operação que entrou para a história como o Dia D.
Para que a missão dê certo, eles precisam convencer os alemães de que a invasão acontecerá em outro lugar. Assim, criam um exército inteiro de mentira, incluindo tanques infláveis, aviões de papelão e bases sem parede. O objetivo é que ele seja fotografado pelos aviões de reconhecimento germânicos.
O sucesso depende de o inimigo não descobrir o estratagema. Só que o melhor agente de Hitler, o Agulha, pode colocar tudo a perder. Caçado pelo serviço secreto britânico, ele deixa um rastro de mortes através da Grã-Bretanha enquanto tenta voltar para casa.
Mas tudo foge a seu controle quando ele vai parar numa ilha castigada pela tempestade e vê seu destino nas mãos da mulher inesquecível que mora ali, cuja lealdade, se conquistada, poderá assegurar aos nazistas a vitória da guerra.
Mulheres sem nome: A socialite nova-iorquina Caroline Ferriday está sobrecarregada de trabalho no Consulado da França, em função da iminência da guerra. O ano é 1939 e o Exército de Hitler acaba de invadir a Polônia, onde Kasia Kuzmerick vai deixando para trás a tranquilidade da infância conforme se envolve cada vez mais com o movimento de resistência de seu país. Distante das duas, a ambiciosa Herta Oberheuser tem a oportunidade de se libertar de uma vida desoladora e abraçar o sonho de se tornar médica cirurgiã, a serviço da Alemanha.
Três mulheres cujas trajetórias se cruzam quando o impensável acontece: Kasia é capturada e levada para o campo de concentração feminino de Ravensbrück, onde Herta agora exerce sua controversa medicina. Uma história que atravessa continentes ― dos Estados Unidos à França, da Alemanha à Polônia ― enquanto Caroline e Kasia persistem no sonho de tornar o mundo um lugar melhor.
Livros históricos
O dia D: O dia que mudou a história da Segunda Guerra Mundial Best-seller em vários países onde é considerado um clássico sobre o tema, O dia D – A batalha que salvou a Europa recebe uma nova edição no Brasil. Historiador renomado mundialmente, Antony Beevor mostra em detalhes como foi a invasão à Normandia e a libertação de Paris do domínio nazista. Ele começa na noite anterior ao Dia D com os preparativos para o lançamento de mais de 5 mil navios aliados às costas da França, numa operação considerada a maior da história. É um dos únicos livros que descreve as experiências das tropas de americanos, britânicos e canadenses, mas também a luta desesperada dos soldados alemães, o sofrimento dos franceses que estavam no meio de tudo e as tensões dos comandantes dos dois lados. Beevor pesquisou em arquivos de vários países, ouviu sobreviventes e leu as entrevistas feitas por historiadores logo após o conflito. O resultado é um livro fascinante que leva o leitor a sentir o medo da guerra.
Hitler e Stalin: os tiranos e a segunda Guerra: O historiador Laurence Rees, um dos maiores especialistas em Segunda Guerra, combina fortes relatos de testemunhas oculares como uma análise profunda, e mostra como os dois ditadores, Hitler e Stálin, lideraram seus países na guerra mais destrutiva da história.
Hitler e Stálin, os dois grandes tiranos do século 20, apesar de serem adversários ferrenhos eram também, em grande medida, lados diferentes da mesma moeda.
Aliados por um breve período durante a Segunda Guerra Mundial, Adolph Hitler e Josef Stálin, posteriormente, tentaram exterminar um ao outro na mais brutal campanha militar já vista na história. No comando da Alemanha e da União Soviética, eles se destacaram do resto da humanidade por causa de suas crueldades e do nível de modificação que causaram no mundo.
Neste livro, o historiador britânico Laurence Rees monta um retrato comparativo do mal, em que o idealismo é poluído pelo pragmatismo sangrento e o sofrimento humano é usado casualmente como uma ferramenta política. Rees conheceu mais pessoas que trabalharam diretamente para Hitler e Stálin do que qualquer outro historiador.
A Segunda Guerra Mundial começou em agosto de 1939 na extremidade da Manchúria e lá terminou exatamente seis anos depois, com a invasão soviética do norte da China. A guerra na Europa parecia completamente divorciada da guerra no Pacífico e na China; no entanto, acontecimentos em lados opostos do mundo tiveram efeitos profundos. Com um alcance verdadeiramente mundial, este grande desastre na história exerceu um domínio muito maior do que qualquer outro conflito sobre as gerações subsequentes.
Com base nas pesquisas e nos conhecimentos mais atuais sobre o assunto, Beevor traça um panorama que se estende do Atlântico Norte ao Pacífico Sul, da estepe nevada até o deserto no norte da África, passando pela selva birmanesa, pelos Einsatzgruppen dos SS nas fronteiras, os prisioneiros do Gulag alistados em batalhões de punição e as crueldades inomináveis da Guerra Sino-Japonesa.
A escolha moral forma a base de todo o drama humano, e nenhum outro período na história apresentou dilemas maiores tanto para os líderes quanto para os cidadãos comuns, nem tantos exemplos de tragédias individuais e coletivas, em meio à corrupção das políticas de poder, à hipocrisia ideológica, à egolatria dos comandantes, traições, perversidades, sacrifício pessoal, sadismo inimaginável e bondade imprevisível.
Apesar de pintar o quadro mais amplo em uma escala heroica, Beevor nunca perde de vista o destino dos soldados e civis cujas vidas foras esmagadas pelas forças tirânicas da mais terrível guerra da história.
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